top of page

Uma era de resumos e de fast-food


No dia vinte e quatro do mês, os israelitas se reuniram, jejuaram, vestiram pano de saco e puseram terra sobre a cabeça. Os que eram de ascendência israelita tinham se separado de todos os estrangeiros. Levantaram-se nos seus lugares, confessaram seus pecados e a maldade dos seus antepassados. Ficaram onde estavam e leram o Livro da Lei do Senhor, do seu Deus, durante três horas, e passaram outras três horas confessando e adorando o Senhor, o seu Deus. Neemias 9.1-3 Introdução

Quero iniciar esta reflexão trazendo à memória o tempo de minha juventude, quando tive a oportunidade de gerar momentos preciosos com Deus. Naquela época, junto com alguns jovens, organizava acampamentos para algumas centenas de pessoas e passava feriados inteiros evangelizando aqueles que iam somente por causa de uma boa música, por causa daquela menina ou menino, por causa da galera, mas não tinham conhecimento do Deus que nos unia.

Todos os preparativos, os encontrões, pré-acampamentos, pós-acampamentos tinham como objetivo principal trazer novas vidas para Cristo e estarmos cada vez mais perto do Pai celestial.

Quem inventou esta história de um evangelho vazio, sem graça, sem cor, sem gente e sem amor?

Não sou saudosista, mas penso que a situação mudou e que as pessoas dedicam pouquíssimo tempo para estar com Deus. Conseguimos ficar no máximo três horas em um culto, e mesmo assim precisamos sair para ir tomar água, conversar com um irmão no fundo da igreja, olhar o whatsap, abrir a caixa postal de e-mail durante a pregação e infelizmente “ligar os motores” para sair correndo ao final do culto.

Gente, sem compromisso algum com o Reino de Deus, gente vem a mim o Teu Reino e seja feita a minha vontade, gente que quer tudo pronto. Não sei quem inventou esta história de um evangelho vazio, sem graça, sem cor, sem gente, sem amor.

Que a cada dia ganha mais e mais adeptos para esta vida cristã medíocre (abaixo da média), sem emoção, sem guerra, sem presença do Espírito Santo, sem mover no sobrenatural.

Os banquetes precisam se transformar em jejum à medida que a Palavra nos convence da culpa

Às vezes, precisamos “cair na real” e entender por que fomos criados a imagem e semelhança do Pai, o propósito de vida em Cristo Jesus e o poder do Espírito Santo a ser manifesto nesta geração por intermédio de nossas vidas.

A vida cristã deve ser uma vida vivida pela fé. É pela fé que entramos na vida cristã, e é pela fé que a vivemos. Quando começamos a vida cristã ao nos aproximar de Cristo para receber o perdão do pecado, entendemos que o que buscamos não pode ser obtido por outros meios senão pela fé. Fé deve ser vivenciada.

O livro de Neemias relata que a festa dos Tabernáculos havia terminado, mas o povo ainda ficou na cidade para ouvir mais da Palavra de Deus. Os banquetes transformavam-se em jejum à medida que a Palavra os convencia da culpa e o povo começava a confessar seus pecados. Pensa nesta realidade, vieram para uma festa e agora o banquete é espiritual.

Não devemos nos concentrar no autoexame a ponto de começarmos a ignorar o Senhor

Vivemos numa era de resumos e de fast-food, e essa mentalidade invadiu nossas igrejas e nossa vida. Cantamos hinos piedosos, mas não estamos dispostos a pagar o preço de buscar a santidade. Buscar santidade necessita de tempo, de intimidade, de comunhão, de adoração, de leitura da Palavra (dá para ouvir algumas mensagens, pois é mais fácil).

A grandeza de Deus é vista no fato de que Ele aceita nossa adoração (gente que entra já pedindo, esqueceu de adorá-lo. Mas acho que não será ouvida a sua oração deste modo), e a verdadeira adoração é constituída de vários elementos: ler a Palavra de Deus, louvar a Deus, orar, confessar os pecados e se separar daquilo que desagrada o Senhor.

O povo também separou um tempo par confessar seus pecados e buscar o perdão do Senhor. O dia anual da Expiação tinha acabado, mas os adoradores sabiam que precisavam da purificação e renovação constantes do Senhor. Não devemos nos concentrar no autoexame a ponto de começarmos a ignorar o Senhor, mas precisamos ser honestos em nosso relacionamento com Deus (1 Jo 1.5-10).

Esta é a mensagem que dele ouvimos e transmitimos a vocês: Deus é luz; nele não há treva alguma. Se afirmarmos que temos comunhão com ele, mas andamos nas trevas, mentimos e não praticamos a verdade. Se, porém, andamos na luz, como ele está na luz, temos comunhão uns com os outros, e o sangue de Jesus, seu Filho, nos purifica de todo pecado. Se afirmarmos que estamos sem pecado, enganamo-nos a nós mesmos, e a verdade não está em nós. Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para perdoar os nossos pecados e nos purificar de toda injustiça. Se afirmarmos que não temos cometido pecado, fazemos de Deus um mentiroso, e a sua palavra não está em nós. 1 João 1.5-10 Toda vez que você vir pecado ou falha em sua vida, confie imediatamente pela fé, em Cristo, busque seu perdão e continue a confiar nele.

A nação de Israel foi escolhida por Deus para ser um povo especial, separado das nações pagãs ao seu redor. A palavra diz: “Vocês serão santos para mim, porque eu, o Senhor, sou santo, e os separei dentre os povos para serem meus” (Lv 20.26).

E o apóstolo Pedro aplicou essas palavras aos cristãos da Igreja de nossos dias dizendo para sermos santos em tudo o que fizermos, porque o Senhor é santo (1 Pedro 1.15-16). Ele vai além e confirma que somos geração eleita, sacerdócio real, nação santa, povo exclusivo de Deus, com o objetivo claro de anunciar as grandezas daquele que nos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz.

Um era de resumos e de fast-food

Entenda bem! Temos acesso livre a Deus, por intermédio de Jesus Cristo. Não precisamos de um sacerdote que leve os nossos pedidos a Deus, que interceda por nós. Somo o sacerdócio real e isso quer dizer temos acesso direto, mas também temos uma missão que é interceder pelas pessoas (comunhão)

Deus nunca fez uma aliança com outra nação, a não ser com Israel (seu povo) e nós somos o seu povo, chamados por seu nome. Ele está disposto a perdoar os pecados de seu povo, se tão somente esse povo se humilhasse, orasse, buscasse sua face se se convertesse de seus pecados.

“... se o meu povo, que se chama pelo meu nome, se humilhar e orar, buscar a minha face e se afastar dos seus maus caminhos, dos céus o ouvirei, perdoarei o seu pecado e curarei a sua terra” (2 Cr 7.14).

O retorno do exílio compreendeu cerca de 600 mil pessoas, que durante cem anos e três viagens foram lideradas por Zorobabel, Esdras e Neemias para a reconstrução do templo e da cidade de Jerusalém. Nesta viagem enfrentaram obstáculos como ruínas, recursos limitados, inimigos, experimentaram os fracassos do medo, do desânimo e da apatia, transformando um projeto que levaria alguns meses em uma obra que exigiu um século para ser concluída. Mas por fim tiveram êxito, reconstruíram o Templo e os muros de Jerusalém, aprendendo lições valorosas como: Deus preservando sua nação, Deus continuando a ter um povo escolhido, Deus estabelecendo um lar para eles e um Deus com um plano para oferecer a eles.

Devemos nos lembrar de nossa história para evitar repetir os erros e servirmos melhor a Deus. Rever o nosso passado ajuda-nos a entender como melhorar o nosso comportamento. Essa atitude revela-nos o padrão a ser seguido para o nosso crescimento espiritual.

Reviver a Salvação em Cristo, seu amor por nós, seu cuidado e a transformação de vida que ele nos proporciona não é somente para o passado, para o presente e para o futuro (eternidade). Para nossos filhos, netos, amigos e aqueles que caminham conosco neste século.

Aprenda com o seu passado de forma a tornar-se o tipo de pessoa que Deus quer que você seja.

“Lembro-me, Senhor, das tuas ordenanças do passado e nelas acho consolo” (Sl 119.52).


Pr Emílio Fernandes Junior - Legado 33

8 visualizações0 comentário

Commentaires


bottom of page